quinta-feira, 24 de junho de 2021

Indivíduo e Sociedade

 



Norbert Elias foi um sociólogo alemão, nascido em 22 de junho de 1897. De família judaica, teve de fugir da Alemanha nazista, exilando-se, em 1933, na França, antes de se estabelecer na Inglaterra, onde passou grande parte de sua vida.

Analisando o prefácio do seu livro "A Sociedade dos Indivíduos" é interessante que o autor nos abre a visão que o indivíduo tinha que se adaptar à um padrão social e que alguns costumes e padrões que antes eram enxergados como dentro da normalidade da sociedade, séculos depois, em gerações futuras, poderiam ser vergonhosos e constrangedores. 

Ex¹.: No período da escravidão, possuir esvravos não só era visto normal, como também era régua de medida da riqueza de um homem.

Ex².: O lugar da mulher na sociedade do Século XVIII, e anterior à isso, que os bens, propriedades e dinheiro do pai não poderiam ser deixados para nenhuma filha, sendo destinado para seus filhos. E, se não houvesse filhos, quem herdaba tudo, inclusive a casa da família era o parente mais próximo, em sua maioria primos ou sobrinhos, que fossem homens. O papel da mulher era, desde o seu nascimento, conseguir um bom casamento para qur seus maridos pudessem garantir a propriedade e para que o resto das irmãs não ficassem desamparadas.

O conceito de sociedade determina que esta é composta por indivíduos, não sendo esse um conceito isolado, e sim o indivíduo dentro da sociedade, fazendo parte dela. A relação entre indivíduo e sociedade, segundo Aristóteles, é como o tijolo e a casa, não só coexistem entre si, como vivem uma relação de codependência um com o outro: se um altera, o outro também. As mudanças que o indivíduo sofre, e consequentemente a sociedade também, não são premeditadas e sim involuntárias.

A sociedade muda de acordo com alguns fatores, eles são:

a) Tempo; b) Países; c) Costumes; d) Culturas

Todo indivíduo tem a necessidade de viver em sociedade.

Então, entende-se que a sociedade não é apenas um conjunto de indivíduos isolados, e sim indivíduos juntos em uma estrutura social que forma a sociedade. A casa seria a sociedade e os tijolos são os indivíduos. A casa-sociedade é apenas um conceito abstrato e intangível quando se observa apenas os tijolos-indivíduos isoladamente. Mas, com a união desses tijolos em uma estrutura, a casa-sociedade ganha a forma que conhecemos. A estrutura social é composta basicamente por igreja, partidos políticos, associações, maçonaria, os conselhos, lions clubs, os poderes constituídos. 

Sendo assim, a relação de coexistência não deixará de existir, as mudanças irão continuar acontecendo, seja de século em século, ou de geração em geração, visto que o indivíduo possui uma fluidez de pensamento que se altera de maneita cíclica e, com isso, as mudanças, já entendidas como involuntárias, seguirão esse fluxo constante, alterando não só a forma como o indivíduo reage e entende a si e ao outro, como também a maneira que a sociedade encara diversos aspectos. 

sábado, 19 de junho de 2021

O que aprendi com Eric Hobsbawn sobre A Era dos Extremos


Eric Hobsbawn analisa, em seu livro A Era dos Extremos, o período compreendido entre o ano de 1914 (início da Primeira Guerra Mundial) e 1991 (dissolução da União Soviética e o fim dos regimes socialistas do leste europeu). Sendo que em 9 de novembro 1989, houve a queda do muro de Berlim onde a Alemanha Ocidental e Oriental foram reunificadas sendo um marco da história.

Como historiador, Hobsbawn traça mapas, tanto dos países, como de sua vida. Costumava cruzar a linha de sua vida com a linha da história. No século XX, com o capitalismo e o advento da globalização, tornou-se mais difícil traçar mapas precisos dos países, visto que é extremamente difícil entender o que realmente é parte intrínseco de um país e o que é uma partícula da cultura de outro que foi importado por causa da globalização.

Em tese, o texto mostra o fim das grandes potências mundiais, restando até o fechamento da obra de Eric Hobsbawm, apenas os Estados Unidos da América. Hoje, vemos a China surgindo como uma potência na área econômica e tecnológica.

Entende-se no texto que a ausência das potências mundiais foi o fator responsável por facilitar o surgimento de dezenas de estados territoriais, pois não tinha quem contestasse as fronteiras, sobre grandes potências, me refiro à EUA, Rússia, Alemanha e Japão.

O século XX foi um século sangrento, marcado por grandes guerras como a das Malvinas (Inglaterra X Argentina) em 1983. Tendo em vista que no século XXI o risco de uma terceira guerra mundial é praticamente nulo, houve um avanço significativo nos conflitos e confrontos regionais, como o conflito entre Irã e Iraque.



-

Material complementar: 

Entrevista Eric Hobsbawn para a Globo News - Parte 1 (https://www.youtube.com/watch?v=oJddRDMvCks&t=68s)

Entrevista Eric Hobsbawn para a Globo News - Parte 2 (https://www.youtube.com/watch?v=fsD1xfk8QV8)

Entrevista Eric Hobsbawn - William Waack (https://www.youtube.com/watch?v=83RTO6X6td8&t=4s)



Interseccionalidade - marcadores de raça e gênero

No vídeo, a ativista Kimberle inicia uma dinâmica que os primeiros nomes citados por ela para o público são conhecidos, pois metade das pess...